Imagine-se o grande sofrimento e aquela saudade indescritível que sentiam os imigrantes. Tudo era adverso e difícil. Mas, aos poucos, se superaram e construíram as bases de nosso desenvolvimento. Nada os abateu, porém, porque conseguiram manter sua personalidade e adaptarem-se ao novo meio. Mas quem ainda não superou a radical mudança, realmente sente-se infeliz e quase que permanentemente num estado de mal estar intolerável, que tem sido denominado "spleen", "taediun vitae", depressão vital etc. Mais: acha-se fora do ciclo existencial e por isso é chamado "exilado". A dor é inenarrável de quem está longe da pátria, e parece impossível, começar de novo, em condições totalmente imprevisíveis. Dizem, porém, os estudiosos, de que não é difícil a orientação para que a pessoa, nestas condições, consiga ser feliz e retorne a uma vida normal, fazendo com que volte a amar o passado dele, vivenciando as boas recordações, mas, concomitantemente, mostrando um grande consolo: nova vida, pátria, mulher, filhos, e trabalho, transportando para eles sua inteira alegria. Talvez, com essa despretenciosa abordagem, consiga reverter o quadro e trazê-lo ao fio de sua existência. Vale a pena tentar, inclusive com tratamento especializado. Porém, se não der certo, a última vereda seria, não menos traumática, a separação, pela insuportabilidade de manter a vida em comum.